Embriologia do Dente
A formação do dente inicia-se por volta da 6ª semana de gestação e resulta da interação entre o epitélio oral e o ectomesênquima. De modo que os componentes do dente podem ter 2 origens diferentes:
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Epitélio ectodérmico (órgão de esmalte)
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Ectomesênquima (dentina, tecido pulpar e periodonto de sustentação)
Adicionalmente, as células da crista neural contribuem para o desenvolvimento do dente. Estas células provêm do tecido neural numa fase inicial do desenvolvimento e migram “entrelaçadas” com as células mesenquimatosas. Estas funcionam através da integração inicial das células da papila dentária com as células epiteliais do órgão de esmalte, auxiliando tanto no processo de desenvolvimento dos dentes, como no das glândulas salivares, osso, cartilagem, nervos e músculos da face.
Pode dizer-se que o desenvolvimento dos dentes envolve uma sequência de interações recíprocas entre o epitélio dentário e as células mesenquimatosas. A sequência de acontecimentos prossegue através de uma série de cito-diferenciações em padrões espaço temporais específicos.
O epitélio oral apresenta um espessamento contínuo - banda epitelial primária (ou lâmina dentária). A partir da lâmina dentária, formam-se pequenas invaginações epiteliais – os primórdios dos órgãos de esmalte.
O desenvolvimento do dente é constituído pelas etapas:
Fase do botão (bud)
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Inicio da formação de cada dente
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Aparecimento de pequenas invaginações epiteliais a partir da lâmina dentária
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Primórdios dos órgãos de esmalte
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Cada dente em desenvolvimento cresce como uma unidade anatomicamente distinta, mas o processo de desenvolvimento básico é semelhante para todos os dentes.
Fase de capuz/chapéu (cap)
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Intensa, mas desigual proliferação de células epiteliais
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Reticulo estrelado – células da região central, aspecto ramificado
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Papila Dentária (PD) - concavidade onde se aloja maior concentração de células do ectomesênquima
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As células epiteliais localizadas na concavidade adjacente ao ectomesênquima constituem o epitélio dentário interno (ou lâmina dentária interna) e as células na zona convexa constituem o epitélio dentário externo (ou lâmina dentária externa).
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Saco ou folículo dentário – cápsula em torno do gérmen dentário que o separa do resto do maxilar
Fase de Sino ou Campânula
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As células do epitélio dentário externo adquirem progressivamente um aspeto pavimentoso, enquanto a região central continua a expandir-se.
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As células do epitélio dentário interno – as células diferenciam-se em Ameloblastos (forma prismática);
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Aparece o extracto intermediário – participação ativa na formação do esmalte;
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Células mais periféricas da Papila Dentária – Odontoblastos
Ameloblastos – adquirem características de células secretoras de proteínas e depois permanecem, inativos até os Odontoblastos segregarem a 1ª camada de matriz de dentina.
A presença de matriz de dentina vai desencadear a diferenciação final dos ameloblastos e o início de formação do esmalte.
Dentina – crescimento centrípeto (direção à polpa)
Esmalte – crescimento centrífugo (direção ao epitélio oral)
Amelogénese
Ameloblastos – células responsáveis pela formação e mineralização da matriz do esmalte. Diferenciam-se a partir do epitéliointerno do órgão de esmalte. Estas células desenvolvem no polo apical uma curta projeção cónica – Processo de Thomes que marca o início da fase secretora.
Dentinogénese
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Inicia-se na fase de Sino;
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Ocorre durante toda a vida do dente, em ritmos diferentes;
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Odontoblastos – Alinham-se à periferia da papila dentária e são as células responsáveis pela formação e manutenção da dentina.
Rizogénese
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Uma vez determinada a forma da Coroa do dente, começa a formação e desenvolvimento da raiz bem como o desenvolvimento dos tecidos que compõem o periodonto de inserção.
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A lâmina dentária desintegra-se e o dente perde a ligação com o epitélio oral; começam a formar-se os primórdios dos dentes permanentes
Complexo dentino – pulpar
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A dentina e a polpa são dois tecidos intimamente relacionados, sob o ponto de vista morfológico, funcional e embriológico.
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A polpa mantém a vitalidade da dentina e a dentina protege a integridade da polpa.